A visão no piso superior da congregação

A visão do mapa do Brasil foi mais contemplativa. Eu estava participando como um observador externo que via as coisas acontecendo diante de mim mas eu não era um elemento presente nela.

Já nessa visão que eu vou contar agora eu estava inserido no cenário. Eu sentia o meu corpo, eu me movimentava, eu podia observar detalhes, eu tocava nas coisas. Foi alucinante.

Aconteceu assim:

Era de tarde e eu senti sono. Foi um sono repentino, inexplicável e não habitual pois não havia nada que pudesse justifica-lo. Até que eu deitei e adormeci.

Então eu fui arrebatado em espírito e levado para a parte superior da congregação, no piso de cima do mezanino, de onde era possível enxergar tudo o que estava acontecendo na parte de baixo onde as pessoas estavam. Eu sabia que aquilo não era um sonho comum. Era como se eu estivesse acordado de tão real, vívida e tátil que foi a experiência. Além disso eu tinha autonomia para pensar e para decidir fazer o que eu quisesse ali. Eu sabia que aquela era uma experiência muito especial e tudo que eu queria era aproveitar aquilo antes que acabasse. Eu me debrucei sobre o guarda-corpo, tatiei o material pra saber do que ele era feito e constatei que aquilo não era um sonho mas ao mesmo tempo não era a realidade física da dimensão que vivemos. Eu olhava para as pessoas na parte de baixo, reparava nos detalhes e procurava ver se eu achava algum conhecido.

Na parte do piso superior eu estava sozinho. Depois eu notei que ali apareceu alguém do meu lado. Não sei dizer quem era. Eu só sei que esse ser dizia para mim palavras de sabedorias incomuns e surpreendentes que me faziam maravilhar. Eu acredito que eram palavras celestiais, coisas de outro mundo, coisas lá de cima. Eram coisas que nós não estamos acostumados a ouvir e nem nunca sonhamos em ouvir. Eu chorava copiosamente e estava deslumbrado de tanta magnitude que havia naquelas palavras vivas e cheias de poder. Eu quase não conseguia suportar as revelações e nem pude me lembrar delas ou sequer tive a capacidade de traduzi-las. Parece que eram coisas “indizíveis” para nossa realidade humana.

Então eu observava as pessoas que estavam congregadas na parte de baixo enquanto um culto estava acontecendo. Tudo parecia muito confuso. Algumas pessoas olhavam para o louvor que estavam tocando, outras estavam assustadas ou caminhavam de um lado para outro sem saber em que direção ir. Não havia alegria e esperança. Parecia meio triste e fúnebre. O medo era presente, até que um clima de pânico foi se intensificando e aumentou a correria das pessoas. Nessas horas parece que havia desespero. Era gente correndo de um lado pro outro e tudo virou um grande tumulto sob uma atmosfera apocalíptica.

Na sequência a situação foi ficando dramática até que houve um tremor e eu fui sugado pra cima por uma força descomunal como se eu tivesse sendo abduzido ou como se eu tivesse em uma máquina gigante de sucção. Nesse momento eu acordei ouvindo ainda o barulho do sopro que levantou o meu tronco e me projetou pra frente em diagonal. Eu saí pela lateral da cama no embalo e fui parar em pé. Estranhamente não havia sono algum em mim.

A sensação é a de que eu fui catapultado entre dimensões e a transição entre os dois mundos se deu pela força de sucção que acabou me “cuspindo” pra fora da cama, suavemente, em um movimento que seria humanamente impossível fazer, mas que parece ter sido orquestrado por um desígnio superior a fim de me mostrar talvez que não havia mais a necessidade de “dormir” aquela tarde pois o propósito do sono repentino seria apenas me levar até aquela visão profética.

Essas experiências eu contei elas na época para as pessoas que eu tinha uma convivência, mas de fato parece que não eram para aquele período, pois eu jamais teria a capacidade de interpreta-las como veio acontecendo agora há pouco tempo.

Parece que o tempo chegou. As ligações entre os pontos são várias e são precisas. Eu vou contar o que eu tenho interpretado das visões no próximo artigo.

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