Quem não tem pecado que atire a primeira pedra

Existem pessoas que estão vivendo uma vida de tormentos porquê foram controladas e dominadas pelo poder do ódio. Elas não sabem como fazer para ficarem livres disso.

O ódio e a amargura são sentimentos que colocam o ser humano em uma condição perigosa. Toda a energia depositada neles podem acabar se voltando contra quem os alimenta. É uma lei da existência: Quem julga acaba sendo julgado e quem com ferro fere, com ferro acaba sendo ferido.

Nesse texto eu quero explicar como a palavra de Deus pode nos fazer livres do ódio, do julgamento, da culpa, das sentenças e das acusações pra nos tornar leves como algodão e nos fazer andar em novidade de vida e receber a herança da paz por meio da graça de Deus que é derramada sobre nós.

Certa vez Jesus foi procurado por escribas e fariseus que traziam até ele uma mulher que foi pega no ato de adultério. A sentença dela era o apedrejamento. Eles perguntaram a Jesus qual era sua posição em relação a isso.

Então Jesus respondeu: Quem entre vocês estiver sem pecado seja o primeiro a atirar a pedra. Depois disso eles foram se retirando um por um e não ficou ninguém mais para acusar a mulher.

O ser humano justicista está sempre querendo atirar pedras, executar sentenças e determinar juízos a fim de prejudicar ou arruinar a vida de alguém ou até mesmo acabar com ela.

Naquela situação Jesus expõe a natureza daqueles homens cheios de ódio e os lembra de que eles também eram pecadores e portanto merecedores da mesma sentença.

O único homem sem pecado ali era Jesus portanto ele teria o direito de atirar a pedra mas escolheu não fazer isso. Pelo contrário, ele salvou aquela mulher, libertando ela de suas culpas, de sua sentença, e ensinou que todo aquele que deseja ser um filho de Deus deve imitar sua atitude perdoadora, benigna, cheia de misericórdia para com os semelhantes ao invés do ódio direcionado, da perseguição e da vingança.

Jesus disse:

“E se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que falei, essa o há de julgar no último dia.”

Ou seja, um dia todos os seres humanos estarão diante do tribunal de Deus e passarão pelo julgamento do justo juiz. Nessa hora todas as intenções secretas do coração dos homens serão reveladas. Então Deus, o justo juiz, determinará a sentença final sobre a vida de cada um conforme suas inclinações em vida.

Os critérios utilizados serão os critérios de Cristo: Ou seja, se as atitudes predominantes foram o amor ou o ódio, a misericórdia, o perdão e a compaixão ou a perseguição, o apedrejamento e o juízo.

Não tem a ver com frequentar igrejas, ser religioso ou falar todo o tempo o nome de Jesus. Tem a ver com cumprir aquilo que ele nos ensina como fundamento essencial.

Certa vez Pedro perguntou a Jesus: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete vezes?”

No verso seguinte Jesus lhe respondeu: “Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”

No ano de 2008 quando eu tomei a decisão de entregar a minha vida a Deus, durante uma vigília de madrugada, ali mesmo eu renunciei todas as minhas lógicas humanas para fazer se cumprir em mim a lógica de Jesus, que é baseada no perdão como um estilo de vida. Então eu testemunhei a sua graça sendo derramada de forma abundante e a paz de Deus preenchendo o meu mundo inteiro.

Naquele momento eu me senti sendo perdoado de todo o meu passado de caminhos tortos enquanto uma limpeza profunda acontecia dentro mim. O amor ágape começou a fluir como uma fonte de águas vivas, um manancial cristalino, um poder vivo e explosivo que passou a ser a força matriz da minha vida.

Eu estava reconhecendo Jesus como o salvador da minha vida, não através de uma afirmação religiosa, mas como uma entrega visceral e apaixonada que mudou praticamente tudo dentro de mim e que até hoje me faz viver sempre sob esse estandarte da fé, da graça e do perdão.

Então os meus achismos e justicismos foram pro ralo e eu tive que me submeter à palavra do Evangelho de Jesus para aprender com ele todos os dias e confiar em sua direção.

A justiça do Evangelho segundo Jesus eleva o padrão do perdão a tal nível que ele diz que devemos amar os nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem.

Só que amar não é a mesma coisa que gostar. Amar também não é um sentimento romântico em todos os casos. É basicamente uma atitude justa e pró-vida em favor de quem não merece. Portanto posso amar gostando ou amar sem gostar, mas se eu quiser ser um discípulo de Jesus preciso obedecer este mandamento.

É claro que existem pessoas que vão colocar à prova a nossa capacidade de amar e exercer o perdão. Isso significa que algumas situações podem servir como oportunidade para nos aperfeiçoar em fé. Eu mesmo tive que aprender a sabedoria de Deus para poder lidar com uma quantidade enorme de gente tóxica, arrogante, invejosa, trapaceira, ruim e perversa. Gente que não era gostável e que não quis se fazer gostável de jeito nenhum.

Mas eu apenas confiei em Deus e segui o meu caminho sem procurar fazer nenhum mal e sem desejar nenhum mal a aqueles que tentaram me fazer mal. Pelo contrário, o meu desejo e a minha oração sempre foi que Deus os ajudasse e os fizesse enxergar.

“Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas de fogo sobre a sua cabeça”. (Romanos 12.20)

Essa é a receita de Deus para vencer o mal: Praticar o bem.

Isso não significa que você precisa conviver com quem você não gosta. Mas você pode perdoar as ofensas que fizeram a você ao menos no seu íntimo para cumprir o mandamento de Deus e para ficar livre do poder da amargura.

Quantas vezes eu tive a oportunidade de me vingar de um bocado de gente que tentou fazer algo contra mim sem motivo ou por inveja. Isso acontece o tempo todo. Frequentemente o destino prega umas peças desse tipo e a bola vem quicando pra mim, então do nada sem querer eu acabo caindo em uma posição onde eu tenho o poder de fazer um estrago enorme que poderia muito bem prejudicar, arruinar ou acabar com tal pessoa, assim como o rei Davi teve a oportunidade de pegar Saul enquanto era perseguido por ele. Seria a vingança perfeita.

Mas assim como Davi, por causa da obediência a Deus e da consciência de que os seus mandamentos são vida, em vez de fazer o mal eu ainda faço o que eu posso pra cobrir a vergonha e pra salvar a pele dessas pessoas sem noção. Muitas delas jamais ficaram sabendo.

É assim que eu acumulo brasas de fogo sobre a minha cabeça.

Se tivermos essa atitude com perseverança chegará o momento que tudo isso se converterá em poder de Deus fluindo na nossa vida como vento favorável, abrindo portas, mudando situações, derrubando obstáculos, facilitando nosso caminho, neutralizando o poder da inveja e do ódio, nos levando sempre adiante e nos fazendo crescer na sua graça, enquanto frequentemente aqueles que rejeitaram o conhecimento de Deus vão ficando pra trás, atrofiados, tropeçando na sua própria insanidade.

O Evangelho de Jesus nos ensina entre muitas coisas a sabedoria para poder vencer o mal e lidar com gente ruim mas nos ensina também a condição da nossa natureza humana caída. Todo homem é pecador. Todo homem sem a redenção de Deus tem a natureza má, portanto não há do que nos gloriarmos em qualquer suposta superioridade.

Nós também fomos alcançados estando ainda afastados dos seus caminhos, andando distantes como ovelhas sem pastor.

A graça de Deus é um favor imerecido. Nós não merecíamos mas Deus mesmo assim usou de bondade e misericórdia para conosco. Portanto se reconheço que a graça é um favor imerecido e se sou grato a Deus também devo usar de misericórdia e bondade com gente que é ruim.

“Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.” (Romanos 12)

Portanto a Deus pertence a vingança e o juízo. É ele quem retribui cada um segundo as suas obras.

Jesus ensinou:

“Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, assim também vosso Pai celeste vos perdoará. Entretanto, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.”

Se praticamos a vingança contra aquele que nos ofendeu então estaremos atraindo juízo para a nossa própria vida. Nossas orações não serão ouvidas. Mas se vivermos uma vida baseada na misericórdia, no amor e no perdão estaremos cumprindo a vontade de Deus e estaremos acumulando brasas de fogo sobre a nossa cabeça.

Por isso eu te pergunto: Você já perdoou o mundo hoje?

Caso não tenha feito eu te convido a praticar esse exercício diariamente.

Espero que esse texto tenha sido esclarecedor e tenha lhe fornecido alguns parâmetros para lhe capacitar a viver livre do poder do ódio, da raiva e da amargura.

Portanto se você deseja mesmo ser um discípulo de Jesus e viver como filho do Deus Pai que está no céu não atire pedras em ninguém, não julgue e não condene. Ao invés disso faça pontes, cubra as vergonhas, alimente famintos, perdoe, ajude quem precisa de socorro e confie na palavra de Deus e em sua direção para viver uma vida leve, pacificada, cheia do fluir da graça, da bondade de Deus e de seu favor.

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